A vida tem destas coisas. Sempre pensamos que os nossos problemas são piores que o dos outros, e que as coisas más só acontecem a nós. Estava eu, no autocarro, a caminho do trabalho, como acontece todos dias úiteis da semana, e para não variar nessas viagens, consumo as historias/desabafos de vidas alheias, tão íntimas que parecem as nossas ou de alguém que conhecemos.
Neste caso, que aconteceu a semana passada, na viagem laranjeiro/cacilhas, um idoso/velho, desabafava com um amigo/vizinho a tristeza que se tornou a sua vida. Se por um lado os portugueses são um povo que adora, e passa a vida a queixar-se de si próprio (por tudo e por nada), também é um povo que sabe, e consegue (quase sempre) desenrascar-se.
Voltando ao velho, cujo tema da conversa era, como sempre nos últimos tempos, dinheiro, salário (pensão/reforma neste caso, governo, crise, etc). Depois de falarem da situação do País, dos corruptos no governo, nos chulos na assembleia e nos mentirosos da política, a conversa começou a ficar mais pessoal. E eu, como outros no autocarro, somos obrigados a ouvir todas as historias, tal "Você na TV – da TVI" ou "As Tardes da Júlia", ou mesmo "Fátima – da SIC".
O nosso narrador começou a queixar-se, que não sabia o que havia de fazer com a miséria que recebia de reforma. Os 55 contos não chegavam para quase nada, tendo em conta que trabalhou a vida inteira mas recebe uma miséria, que tem de chegar para ele e a esposa, que não recebe reforma porque não descontou o suficiente.
Com os 81 anos que tem vai fazer o quê? "Trabalhar nas obras? Dizia ele. O seu companheiro só ouvia, e comentava "Isso realmente, é indecente. Onde vai parar este País?". O velho lá continuava a por culpa em todos, no País, nos Governo e nos próprios filhos. "Tenho 6 filhos, todos rapazes, ainda tenho 11 netos e 6 bisnetos. Mesmo assim ninguém nos ajuda." Sobe de tom com ar de revolta. "Cambada de bandidos". Concluiu. "Ninguém ajuda?" Exclama o outro. "Isso realmente!"
"O pior ainda é que eu nasci na Ajuda, em Lisboa" Diz o velho indignado. "Eu nasci na Ajuda". Nisso o amigo retorquiu com uma expressão de gozo, "Ahm, ainda por sima o senhor é da Ajuda!" Dito isto, despediu-se do velho, pois já tinha chegado a sua paragem. Desejou boa sorte ao amigo, que permaneceu mais duas paragens no autocarro, fazendo a viagem sempre de pé, vocejando palavras imperceptíves, pelo menos do sítio onde eu me encontrava.(Sim, eu estava no autocarro, a ouvir esta conversa como tantas outras que ouço, menos ou mais interessantes, umas sem sentido, outras descabidas e contadas no sitio errado na hora errada).
Eu fui à minha vida e o velho de certeza foi tratar da vida dele pensando e fazendo contas à vida.
TUDU ALGEM TEN ALGUN KUZA KI E GOSTA. SINAU, PAKÉ KI NU STA LI NES MUNDU? POR ISU DJA N RIZOLVI KRIA 1 BLOG PA N MOSTRA TUDU ALGEN KUZE KI N GOSTA. PAMODI AMI E DODU NA MUNTI KUZA. PRINSIPALMENTI NA VIDA. DODU NA... E UM FORMA DI PARTILHA NHAS GOSTUS. DODU NA KABU VERDI, DODU NA NHA MAE DODU NA FOTOGRAFIA DODU NA DESIGN DODU NA SINEMA, DODU NA MUZIKA, DODU NA FAMILIA, DODU NA PASA SABI, DODU NA MUDJER, DODU NA SKREBI, DODU NA NHA BABY, DODU NA NHA FIDJO
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Pamodi Dodu na
Dja dura ki n tinha na menti mostra, pa tudu alguem ki kre odja, kuzaz ki n sabi fazi I kuzaz ki n gosta. Primeru n pensa na um site. Klaru “Boa ideia”. Fazi um site é ka kuza fasil, pa alguem sima mi intom ki ta pensa na mil kuzaz au mesmu tempu, site nunka maz ka ta fikaba pronto, pamo n kria poi munti kuza. Saber mais...
Sem comentários:
Enviar um comentário