terça-feira, 24 de novembro de 2009

MATRIX OU MUNDO REAL

Este texto, e o título principalmente, vêm a propósito do que tenho visto ultimamente nas pessoas, caminham em massa na direcção de um mundo virtual, fomentado e consumido por nós próprios.

Há 10 anos eu ainda escrevia cartas e as enviava por correio, e eu nem era muito de escrever, mas acabei por habituar-me à ideia fruto da distância da emigração. Até parece antiquado dizer isso hoje em dia – vou escrever uma carta – mas não quer dizer que o seja, pelo contrário. Jovens, até à minha geração, não estão habituados a escrever com papel e caneta na mão, inclusive eu, essa é a impressão que tenho. Escrevi muitas cartas, e as que recebi de volta tenho-as guardadas e começam quase todas por – Querido…; Caro amigo …; Meu querido…


Este à parte não é uma crítica mas sim uma observação para comparar um puco com o que se passa actualmente comigo e com pessoas que me rodeiam. Já não escrevo cartas (mas vou retomar essa prática brevemente), o E-mail, SMS e mais recentemente o Blog substituíram o papel, com todas as vantagens que tem (rapidez, amigo do ambiente, confidencial, etc) e desvantagens (ausência da nossa marca pessoal (letra), o aumento da relação pessoa/máquina/pessoa em detrimento de pessoa/pessoa. A falta de tempo é a desculpa comum, dizer que é mais rápido e prático é outra, ver pessoas a conversarem no Messenger ou por SMS é mais comum do que parece. Várias vezes no Bus, a caminho de casa, já ouvi jovens do secundário ou do ensino primário a conbinarem – logo tas no MSN ou no Hi5? Eu vou tar no FaceBook – prefiro um “xintada”.


Agora um à parte - No filme “Matrix” as máquinas têm o mundo dominado e os humanos estão aprisionados num mundo virtual (que desconhecem), vivido nas suas mentes enquanto que o corpo é usado como fonte de energia para as proprias máquinas. O contacto físico realmente não existe já que todos os seres humanos estão ligados literalmente, tal e qual uma pen-drive ou disco externo, e interagem entre si através do mundo virtual – A Matrix – à excepção de um grupo que conseguiu “escapar” dessa prisão e vivem refugiados na única cidade humana existente (Zion) com a missão de libertar mais ainda e encontrar a paz com as máquinas.


Esta referência ao filme vem a propósito dessa mudança que nós (seres humanos), neste caso residentes em países mais desenvolvidos, estamos a implementar nas nossas vidas, e na própria espécie, levando a que cada geração tenha hábitos cada vez mais solitários.


Outro à parte - Esta semana também vi um documentário sobre Darwin e os primeiros passos que o levaram à elaboração/descoberta daquilo que acabou por denominar por “Seleção Natural das Espécies”. Segundo ele, os serers vivos passam por momentos favoráveis e desfavoraveis ao longo do tempo e do espaço. O natural envolvimento dos seres com o ambiente em que estão inseridos leva-os a fazer uma selecão dos aspectos negativos (que acabam por serem eliminados) e os aspectos positivos (que são valorizados e adaptados), esse processo dá origem a uma nova espécie (evolução), e leva à eliminação de outras (extinção).


O Homem tem evoluído continuamente ao longo dos anos e não é estranho ouvirmos, hoje em dia, pais, tios ou avós a dizerem, admirados, que – hoje em dia os miúdos já nascem ensinados -, e como são inseridos na sociedade num determinado momento espaço/temporal, já vêm com alguns hábitos extintos e outros adquiridos/adaptados.


Estamos a viver numa época de excesso de informação. Infelizmente leva a que exista muito lixo, obrigando-nos a filtrar constantemente toda a informação que recebemos. Do longo percurso dos meios de comunicação que o Homem usou ao longo dos tempos conseguimos chegar ao cúmulo de as pessoas evitarem a informação. Falo dos jornais gratuitos que recusamos na rua, dos canais de noticias que ignoramos no cabo, nos folhetos publicitários que dizemos que não, dos spams que enchem a nossa caixa de e-mail e que apagamos sem sequer abrir, nos sites e blogs que inindam a internet que volta e meia aparece no nosso monitor com pensamentos e desabafos de alguém que não tem nada para fazer.


Hoje existe uma febre de redes sociais na internet, se à alguns anos alguns tinham vergonham em dizer que usavam o Messenger, Hi5, mIRC ou Blog, hoje em dia é o contrário, e para provar isso, basta ver os sites das principais cadeias de televisão, as campanhas de publicidade das grandes marcas, das páginas de internet de figuras públicas e até de governos, igreja, organizações mundiais, para vermos, cada vez mais em destaque, a alusão ao Hi5, Twitter, Facebook, Myspace, Blogger, Wordpress, Digger, Flickr, YouTube, etc, etc. É essa informação que a geração do meu filho vai encontrar e não admiro nada se ele, aos cinco anos, venha a saber tanto desta matéria quanto eu sei actualmete com 32 anos.


E lamento admitir que é provável que ele venha a conversar com amigos no Messenger, faça trabalhos de grupo no Magalhães, brinque num site de jogos ou visite Cabo Verde pelo YouTube ou Flickr. No que depender de mim, a evolução vai ter que esperar.

Sou antiquado.

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Pamodi Dodu na

Dja dura ki n tinha na menti mostra, pa tudu alguem ki kre odja, kuzaz ki n sabi fazi I kuzaz ki n gosta. Primeru n pensa na um site. Klaru “Boa ideia”. Fazi um site é ka kuza fasil, pa alguem sima mi intom ki ta pensa na mil kuzaz au mesmu tempu, site nunka maz ka ta fikaba pronto, pamo n kria poi munti kuza. Saber mais...